O souflé foi dos primeiros doces que aprendi a fazer. É das gulosices mais simples do mundo, mas também das mais difíceis de conseguir fazer de forma perfeita. Depende muito do forno, do tempo e da mão que se tem para bater claras em castelo e esse tipo de coisas que precisem de ganhar consistência. A probabilidade de sair bem à primeira é muito pouca; se gostarem, é uma questão de irem tentando. A verdade é que, saindo bem, faz um brilharete!
Ingredientes:
1 ovo por pessoa
1 colher de sopa de açúcar por pessoa (para os menos gulosos, meia chega)
farinha qb
Preparação:
Pré-aquecer o forno a 190º.
Dividir as claras das gemas. Com um garfo misturar as gemas até que se desfaçam da pele e fique uma mistura lisa. Reservar.
Bater as claras em castelo, em conjunto com o açúcar. Assim que estiverem bem firmes, com uma colher de pau (nunca com a batedeira nem uma vara de arames), envolver as gemas nas claras - os movimentos devem ser circulares e lentos, de forma a que incorpore o ar (ou, pelo menos, não perca aquilo que ganhou nas claras em castelo).
Verter o preparado para um pirex ou forma de vidro, preferencialmente circular. Por fim, peneirar um pouco de farinha no topo, que lhe conferirá um toque "crocante".
Colocar no forno e só retirar ao final de 7 ou 8 minutos e o topo estiver bem douradinho.
Notas e dicas: Tem de ser comido quente, senão "vai abaixo". Nunca abrir o forno no meio do processo. O ideal é tudo ficar "espumoso", mas é normal que até se acertar nos tempos e eventualmente na temperatura (cada forno é um forno...), por vezes o preparado saia cozido demais (estilo omelete) ou cru (gemas ficam no fundo da forma). É ir tentando. Mesmo não saindo perfeito, a maioria do preparado sai normalmente muito bem. Aliás... deliciosamente bem!
Sugestão: pode colocar-se um pouco de cacao em pó no preparado, e asim ficamos um souflé de chocolate!
Os bolinhos de bolina são, de longe, o meu doce favorito do Natal. Falo sempre deles quando o tema natalícia vem à baila, mas a verdade é que a maioria das pessoas não o conhece (ou então conhece-o com outro nome ou com pequenas variação). Pior: eu nunca sei descrever uma receita, porque faço-os a olho, tal e qual me ensinaram. É algo que fui aprendendo a fazer ao longo dos anos e ainda hoje pergunto sempre a opinião da minha mãe antes de os fritar. A dificuldade está na consistência da massa, que tem muito que ver com a quantidade de água que está ainda na bolina.
Tentei várias vezes apontar a quantidade de ingredientes de forma a ter, pelo menos, uma ideia daquilo que punha na massa. Eis o que consegui:
Ingredientes (valores de referência):
1100g de bolina já cozida
6 ovos (6 gemas, 5 claras)
450g de açúcar
170g de farinha
135g de vinho do Porto
150g de amêndoa
150g de avelã
200g de noz
50g de pinhões
Cozer a bolina (abóbora mais pequena e mais laranja, sendo mais doce) num tacho com um fundo de água e dois punhados de sal. Ter em atenção e ir retirando a água, que a abóbora vai largando naturalmente, para não verter. Quando a abóbora começar a ficar mole e a esfiar, verte-la para um escorredor grande e ajudar com uma colher de pau a desfazer pedaços maiores e a libertar a maior parte da água. Depois, verter o conteúdo para um saco de pano (por exemplo os antigos sacos de pão) e deixar a gravidade fazer o seu papel, durante um dia. Caso queiram, também podem espremê-la com a mão um pouco depois de sair da panela. Convém espremer um pouco mesmo depois de um dia de repouso. A medida de abóbora que consta nos ingredientes diz respeito à abóbora já cozida e espremida.
Colocar numa tigela a massa da abóbora (deve ficar densa) e abrir com 3 ovos. Misturar com as mãos. Depois colocar o açúcar, o vinho e a farinha. O meu conselho é não colocar tudo de uma vez; ir colocando e ver a reação da massa. Ela deve ficar menos densa que no início mas bastante molhada no fim deste processo.
Triturar separadamente os frutos secos (com excepção dos pinhões). Colocar na massa e envolver. Agora sim, a massa vai ficar mais condensada e permitirá fazer bolinhas (tipo bolinhos de bacalhau achatados). Aquecer o óleo na frigideira, experimentar colocar um bocadinho de massa para ver se borbulha - evitando colocar um bolo muito tempo ao óleo, para não ficar ensopado. Encher a frigideira, ir virando os bolinhos à medida que forem ficando dourados/acastanhados e retirar para um prato com papel de cozinha quando estiverem prontos. Deixar escorrer e secar em contacto com o papel.
Por fim, colocar num prato cujo fundo já está com açucar e canela. Ir colocando os bolos, camada a camada, e ir peneirando com a canela e o açúcar.
Nota: para não ficarem tão secos, muita gente gosta de os molhar na calda das rabanadas.
Começar por fazer os ovos moles. Colocar num tacho o açúcar e água e mexer com uma colher para dissolver o açúcar. Levar ao lume até atingir o ponto pérola. Atenção: tentar não mexer a calda enquanto está ao lume. Retirar o tacho do lume e deixar arrefecer 5-10 minutos, apenas o suficiente para as gemas não cozerem quando forem adicionadas mas não deixando que o açúcar solidifique. Juntar, pouco a pouco, as gemas (previamente batidas) e ir mexendo. Colocar toda a mistura de novo no fogão em lume brando para engrossar, mexendo sempre até formar uma estrada. Não deixar ferver! Conservar no frigorífico com película aderente colada à superfície até estar completamente frio.
Quando os ovos moles já estiverem frios, começar a fazer as chamuças. Primeiro, derreter a manteiga em banho-maria ou no microondas e pré-aquecer o forno a 200º. Depois de desenrolar a massa filo com cuidado, tirar uma folha e pincelar toda a superfície com manteiga; "colar" logo outra folha por cima. Cortar as folhas em 4 tiras de igual largura (cortar na horizontal, de modo a que a tira seja o mais comprida possível). Pegar no doce de ovos e colocar na ponta da tira e depois começar a dobrar em triângulos, para ficar em forma de chamuça. Não encher demasiado a chamuça, senão ela "rebenta" no forno e o recheio sai. Repetir o processo até os ovos moles terminarem.
Colocar as chamuças no forno em cima de papel vegetal. Tirar quando já estiverem douradas.
Com a minha paixão por doçaria a crescer à medida que o tempo passa, torna-se imperativo saber um bocadinho mais sobre a cozinha tradicional e não me limitar a reproduzir receitas fáceis. Já dei muitas vezes de caras com receitas que tinham o ponto de pérola e pontos de estrada e tive de ir a correr ter com a minha mãe saber o que era, como se fazia, e todas essas coisas que as mães sabem.
E embora goste muito que a minha mãe me ensine, encontrei hoje um vídeo super esclarecedor sobre os 10 pontos do açúcar e como os encontrar a "olho nu" (ou seja, sem termómetro). Partilho para quem, como eu, adora fazer doçaria e estas dicas possam ser úteis!
A tarte de amêndoa é o meu ex-líbris - um dia comi uma tarte deste género num restaurante e apaixonei-me de imediato. Soube que tinha de a fazer em casa e devora-la o mais brevemente possível. E assim foi - "roubei" a receita a uma das minhas tias e, daí para a frente, foi sempre a comer (e comi tanto que acabei por enjoar). Ainda assim, sei que é das melhores coisinhas que faço e sempre que há festa é-me encomendada uma, onde passado pouco tempo de estar na mesa só ficam migalhas para contar a história. Espero que gostem!
Ingredientes:
Base
200g de farinha
150g de açúcar
125g de margarina/manteiga
1 ovo
Creme
150g/200g de amêndoas
125g de margarina/manteiga
125g de açúcar
4 colheres de sopa de leite
Preparação:
Pré-aquecer o forno a 180º. Preparar a massa primeiro, batendo primeiro o ovo com o açúcar, até ficar um creme esbranquiçado. Juntar depois a farinha e a margarina derretida e misturar bem até ficar uma massa espessa. Untar uma tarteira (melhor aquelas que sai o fundo) com manteiga e farinha e espalhar a massa homogeneamente. Pica-la com um garfo para que não cresça quando for ao forno. Levar ao ao forno e retirar quando começar a ficar dourada.
Para a preparação do creme: num tacho pequeno, em lume brando/médio, derreter a margarina e depois juntar o açúcar, o leite e as amêndoas (a quantidade de amêndoa vai com o gosto de cada um, pode varia sensivelmente entre os 150g e os 200g). Deixar tudo derreter e ir misturando de vez em quando até deixar engrossar levemente (nunca engrossa muito), durante uns 10 a 15 minutos.
Quando a massa já estiver pronta, retira-la do forno, verter o creme das amêndoas e levar de novo ao forno até ficar dourada.
Segue a receita do doce que tem acabado em minutos de cada vez que aparece numa festa!
Ingredientes para o creme de natas:
2 pacotes de natas Longa Vida
5 claras
8 colheres de sopa de açúcar
1e 1/2 de bolacha Maria (vai depender do recipiente)
Ingredientes para o creme de ovo:
7 gemas
5 colheres de sopa de açúcar
5 colheres de sopa de água
Começar por triturar a bolacha Maria. Reservar.
Bater as claras em castelo. Assim que estiverem bem batidas, acrescentar o açúcar, colher a colher e deixar bater até ficar um merengue bem duro e brilhante.
Bater as natas e depois de duras, incorporar nas claras.
Numa taça, colocar uma camada de bolacha Maria e depois um de natas. Repetir. Cobrir com o doce de ovos, bem frio.
Para fazer o creme de ovos, misturar todos os ingredientes num tacho e levar a lume brando, mexendo sempre com uma vara de arames até engrossar. Deixar arrefecer completamente antes de cobrir a sobremesa.
Esta foi uma receita inventada/adaptada pela minha mãe, que é muito saborosa, prática e rápida de fazer, ideal para aqueles dias em que nos apetece algo bom mas não sabemos bem o quê.
Ingredientes: 1 pacote de massa folhada pré-feita redonda +/- 3 maçãs 1 frasco de compota de maçã (uso light, tem menos calorias e é igualmente doce)
Preparação: Pré-aquecer o forno a 180º. Abrir a massa e coloca-la numa forma de tarte (baixa, normalmente com a borda rendilhada e com fundo "falso"), com o papel em que vem envolvida no fundo para facilitar (cortar depois o papel em excesso). Dar pequenos cortes na massa com a faca. Lavar as maçãs, seca-las e corta-las em 4 gomos. Depois, cortar em fatias fininhas de meia lua e dispo-las de forma circular até cobrir toda a massa. Com uma colher espalhar a compota por cima das maças (quantidade depende do gosto, mas não é suposto não se ver a maçã, assim como não é suposto não se ter noção de que a compota está lá), até ficar tudo coberto pelo doce. Vai ao forno durante +/- meia hora (até dourar).
Para quem gosta, pode pôr-se um pouco de pó de canela antes de ir ao forno.